09/05/2024 15:32 | Saúde

Infectologista da Sesau explica porque o sorotipo três da dengue é considerado mais grave do que os demais

Chegada da quadra chuvosa apresenta uma predisposição à circulação deste vírus que pode afetar as pessoas na faixa etária de até 20 anos


Para não contrair o sorotipo três da dengue, as medidas preventivas são as mesmas das adotadas contra o um e o dois

Carla Cleto / Ascom Sesau


Ruana Padilha / Ascom Sesau

O reaparecimento do sorotipo três da dengue em Alagoas acende um alerta sobre os cuidados para evitar a doença. Isso porque esse é o tipo mais grave da arbovirose transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, e há cerca de 15 anos não circulava no Estado. O infectologista da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Renee Oliveira, explica porque ele é considerado mais grave do que o um e o dois.


De acordo com o especialista, no Estado há a predominância do sorotipo um, mas a chegada da quadra chuvosa apresenta uma predisposição à circulação do arbovírus. “O vírus da dengue possui quatro sorotipos. A infecção por um deles gera imunidade contra o mesmo sorotipo, mas é possível contrair a doença se houver um contato com um tipo diferente. No caso do sorotipo três, que não circulava há alguns anos no Estado, faz com que a população não apresenta imunidade para o vírus e, deste modo, esteja suscetível a ele”, recomenda. 

 



Renee Oliveira alerta que, apesar de toda a população poder se infectar com a doença, existe a necessidade de atenção especial para as pessoas na faixa etária até 20 anos. “Crianças, adolescentes e jovens adultos se tornam mais suscetíveis, devido ao fato de que as últimas epidemias registradas ocorreram nos anos 2000, ou seja, eles nunca tiveram contato com a circulação do sorotipo três. Mas, é importante ressaltar que todos podem ser infectados com a dengue”, enfatiza


Quanto à prevenção, o infectologista da Sesau ressalta que os cuidados devem ser os mesmos já adotados para os demais sorotipos do vírus da dengue, com a adoção de medidas de combate ao mosquito do Aedes aegypti. “Toda população deve realizar a limpeza dos ambientes domésticos, evitar os vasos de plantas aquáticas, pneus em locais descobertos, caixas d’água mal tampadas e calhas sujas", recomenda Renee Oliveira, enfatizando que as pessoas que residem nos municípios da I Região de Saúde de Alagoas e que estejam na faixa etária preconizada, devem tomar a vacina contra a dengue.

 

Panorama da Dengue 

 



Dados do último Boletim Epidemiológico da Sesau apontam que foram notificados 8.261 casos suspeitos de dengue em Alagoas no período de 1º de janeiro até o dia 6 deste mês, sendo 4.535 confirmados. No mesmo período do ano passado foram 2.736 casos suspeitos, sendo 1.690 confirmados.


Ainda com relação ao Boletim, este ano foram confirmados três óbitos, sendo um em Atalaia, um em Viçosa e um em Porto de Pedras. No mesmo período do ano passado não houve nenhum óbito confirmado. 

 

Atualmente, há o registro de sete óbitos suspeitos, que estão em investigação nos municípios de Teotônio Vilela (1), Boca da Mata (1), Porto de Pedras (1), Viçosa (1), Maceió (2) e São Luís do Quitunde (1).